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Subcontratar Partes do Projeto

Consiste na definição dos fornecedores das partes do projeto que serão desenvolvidas através de parcerias.
Deve-se inicialmente elaborar o escopo das partes subcontratadas. Esse escopo inclui não só a especificação técnica das partes, já confeccionada quando da geração da árvore de produtos, mas também a especificação de prazos, custos, padrões de qualidade do produto a serem verificados por inspeção, e eventualmente, padrões de qualidade de processo.
O processo de seleção de fornecedores é bastante específico de cada companhia e depende da estratégia de fornecimento da parte a ser subcontratada. Além disso, a rede de operações produtiva comumente estabelecida pela empresa influencia seu processo decisório. A decisão básica da rede de operações produtiva é verticalizar ou não seu processo produtivo.
REF.: A respeito da rede de operações produtiva, SLACK et. All. (2002) discutem os prós e contras das estratégias de verticalização.
Uma decorrência imediata do planejamento técnico do projeto é a busca de fornecedores que possam desenvolver soluções técnicas para partes do produto consideradas não-atrativas para a empresa.
O fornecimento dessas partes pode ocorrer em diversas topologias, conforme discute CLARK & FUJIMOTO (1991):
– fornecedor de partes proprietárias: o item é um componente padronizado e o projeto da parte é desenvolvido totalmente pelo fornecedor;
– fornecedor de partes caixa-preta: o projeto é desenvolvido em parceria com o fornecedor através da especificação de requisitos de custo e desempenho, forma, detalhes de interface e outras informações básicas de projeto;
– fornecedor de partes funcionais detalhadas pelo fabricante: o projeto é detalhado pela empresa e o fornecedor desenvolve engenharia de processo e produção para os requisitos de volume-variedade estabelecidos;
– fornecedor de partes funcionais com engenharia de processo detalhada: todo o projeto do produto e do processo é realizado na empresa, mas a fabricação comercial é repassada a um fornecedor.
A escolha da estratégia de fornecimento é função da estratégia da empresa para as partes centrais (CORE) do produto, assim como sua competência nas tecnologias envolvidas no projeto quando confrontadas com os prazos estabelecidos para sua conclusão.
É importante salientar que a discussão de subcontratação não se refere a componentes denominados “de prateleira”.
Há um processo de realimentação entre a atividade de definição dos subcontratados e o planejamento técnico do projeto, pois pode haver casos onde um parte a subcontratar tenha de ser desenvolvida internamente por falta de opção comercial ou tecnicamente viável e pode ocorrer o inverso.
REF.: CLARK & FUJIMOTO desenvolvem uma ampla discussão sobre a participação de fornecedores em projetos de novos produtos; ROZENFELD et. All. (2006) discutem o conceito de parte central.
Definidos os fornecedores das partes e as estratégias de fornecimento, deve-se estabelecer procedimentos de integração entre o pessoal de projeto da companhia e dos fornecedores. Isso é especialmente importante em projetos do tipo “caixa-preta”, porém é um aspecto fundamental no planejamento do processo de desenvolvimento de produtos.
Há diversas formas de integração dos fornecedores ao projeto. Grandes empresas utilizam sistemas de informação com integração entre CAD e sistemas PDM colaborativos que permitem a troca de dados de projeto com os fornecedores através de protocolos e canais de comunicação privativos. Soluções mais simples consistem na utilização de padrões IGES para a troca de dados e envio de material via Internet.
De maneira geral, entretanto, a participação em decisões de projeto no dia-a-dia do processo de desenvolvimento não tem paralelo quanto à capacidade de alinhar os projetos interno e dos fornecedores. Esse processo é extremamente importante para partes tipo “caixa-preta”.
A entrada básica para essa atividade é o plano técnico do projeto. A saída é a especificação do contrato de fornecimento.

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