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Desenvolvimento de Novas Tecnologias

Consiste no desenvolvimento de novas tecnologias aplicáveis ao produto em desenvolvimento.

O ponto de partida para o desenvolvimento das novas tecnologias é o trabalho criativo que pode ser resumido na realização da invenção. A realização desse trabalho pode ser auxiliada por uma série de técnicas de criatividade, tais como sinergia, analogia sistemática, TRIZ etc. Sugere-se que o trabalho de quem esteja gerando as novas tecnologias não esteja sujeito a distúrbios relacionados com emergências e burocracia. Basicamente a invenção envolve o rearranjo de propriedades físicas, químicas ou biológicas de deteminados materiais ou componentes. Isso implica na necessidade de desenvolver modelos conceituais e de laboratório. Estes últimos não devem ser confundidos com os protótipos utilizados para otimizar a nova tecnologia.
Uma vez que os modelos matemáticos e de laboratório tenham permitido a determinação da melhor concepção para o produto, deve-se passar a planejar os experimentos que permitam tornar a tecnologia capaz de ser utilizada nas condições normais de operação do equipamento desenvolvido. Isso implica inicialmente na escolha de um hardware de rápido desenvolvimento que permita otimizar o produto.

Em determinadas situações, é necessário que sejam desenvolvidas novas tecnologias para sua integração no projeto do novo produto. Embora seja interessante que haja um processo de desenvolvimento de tecnologias independente de qualquer projeto de novo produto (CLAUSING, 1994), é possível que a concepção do produto sistematizada em sua arquitetura demande o desenvolvimento de alguma nova tecnologia básica ou aplicação pioneira.
O MRM não é um modelo para o desenvolvimento de novas tecnologias nem pretende sê-lo, porém, comporta um conjunto de tarefas que, segundo a bibliografia especializada, permitem que sejam projetadas novas tecnologias.
A proposta de desenvolvimento de novas tecnologias aqui apresentada é baseada na proposta de CLAUSING. Esse autor constrói um modelo que adota como premissa que “… tudo era desenvolvido dentro de um programa de desenvolvimento” (p. 317), porém, como já mencionado, considera que as novas tecnologias devem ter um tratamento independente. O modelo de CLAUSING é bastante adaptável a produtos mecatrônicos uma vez que suas premissas são exemplificadas através de exemplos de sistemas de controle de alimentação em máquinas copiadoras e demais subsistemas desse tipo de equipamento. Assim sendo, o “desenvolvimento de novas tecnologias”no MRM será construído com base nas proposições desse autor. Outras tecnologias recém-desenvolvidas pela empresa podem ser integradas ao produto no estágio de concepção, entretanto elas representam o resultado deste processo independente de desenvolvimento de novas tecnologias acima mencionado.
A delimitação das novas tecnologias a serem desenvolvidas pela empresa deve ser gerada na fase de especificação do produto através da indicação da condição NUD da tecnologia. É importante que na etapa de projeto técnico do produto a nova tecnologia seja tratada como tal, pois sua errada introdução no processo de desenvolvimento mecatrônico poderá acarretar dificuldades para cumprir os prazos de projeto por falta de maturidade da tecnologia.
CLAUSING (1994) detalha as atividades de desenvolvimento de novas tecnologias; COOPER (1998) e ROZENFELD et. All. (2006) discutem o conceito de maturidade tecnológica.
Esse hardware eventualmente pode ser um equipamento já existente na empresa que pode ser adaptado às condições de uso do produto e ao suporte para a nova tecnologia. Além disso, as restrições de projeto e as principais fontes de ruído impostas à nova tecnologia devem ser simuladas e transformadas em procedimentos e maquinário necessário à imposição desses ruídos ao sistema. A minoração da influência dessas fontes de ruído sobre a saída do sistema implica na determinação da maturidade da tecnologia desenvolvida para a aplicação no novo produto. Passa-se então a definir os valores desejáveis da saída e os limites de variação do ruído imposto. Os valores médios, mínimo e máximo dos parâmetros de projeto e dos parâmetros de ruído devem ser utilizados para definir a quantidade de interações necessárias para a experimentação realizada com a nova tecnologia. A técnica de ordenamento ortogonal (orthogonal array) deve ser utilizada para selecionar as combinações mais plausíveis caso se considere que o número total de combinações dos parâmetros não expressa a realidade.
Otimizada a nova tecnologia, ela deve ser relatada em termos seus parâmetros de utilização com um relatório descrevendo as condições de sua experimentação.
As entradas para a atividade de desenvolvimento da nova tecnologia são o plano técnico do projeto e as especificações do produto. As saídas são a análise da robustez da tecnologia e os esboços de aplicação da nova tecnologia com base nos resultados dos experimentos realizados.
Uma vez que deve ser aplicada a um determinado produto, o projeto da nova tecnologia deve ter prazos bem definidos para que se consiga um desempenho maduro nas condições de operação do produto. Isso significa que a utilização da nova tecnologia no produto em desenvolvimento pode não se concretizar. Como o projeto desta tecnologia está intimamente relacionado com o projeto do produto, pode ocorrer de ser abortado o seu desenvolvimento por questões relacionadas com prazos e custos.

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